segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Girassol, bem-me-quer, mal-me-quer. Tudo bem, eu não precisava jogar meu celular contra a parede. Mas porra, o que querem comigo? Não fazia mais sentido atender aquele objeto fútil com botões e responder que sim, tudo está perfeitamente bem. E ao certo, minha vida estava completamente-aboslutamente-perdidamente-podre. Eu não vi o dia nascer. Irei fazer uma vegetação para combinar com o sinônimo do meu eu, de toda essa revolta planejada em momentânea que virou imortal. Filha da puta. Mas combinaria mesmo com minha magnífica rotina: vegetar. Daí eu me imagino como maracujás murchos sentindo falta do girassol, mas as pétalas já estavam soltas pelo quarto. O maracujá ficará lá, sendo pisoteado. Maldito maracujá, burro e fraco: eu. Eu? Tirei cada parte da sua companheira e ela não existe mais. Como se cada pedaço fosse uma parte de seu corpo. Mesmo que, pacíficamente, às vezes a insanidade sobe até o pescoço. Falar com frutas é o ato mais alienado-carente de toda modernidade. Sapatiei sob as pétalas, levantei-me de onde quer que eu estava e acendi um cigarro. Bonjour, cigarro! Com um sorriso mentecapto. Qual é a sua companheira? Quero poder esfaqueá-la, assim como esfaquearam a minha.

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